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Tipos de Cimento Portland

Hoje o cimento portland é normalizado e existem onze tipos no mercado:

  • CP I – Cimento portland comum
  • CP I-S – Cimento portland comum com adição
  • CP II-E– Cimento portland composto com escória
  • CP II-Z – Cimento portland composto com pozolana
  • CP II-F – Cimento portland composto com fíler
  • CP III – Cimento portland de alto-forno
  • CP IV – Cimento portland Pozolânico
  • CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial
  • RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
  • BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
  • CPB – Cimento Portland Branco

Cimento Portland comum (CP-I)

O CP-I, é o tipo mais básico de cimento Portland, indicado para o uso em construções que não requeiram condições especiais e não apresentem ambientes desfavoráveis como exposição à águas subterrâneas, esgotos, água do mar ou qualquer outro meio com presença de sulfatos. A única adição presente no CP-I é o gesso (cerca de 3%, que também está presente nos demais tipos de cimento Portland). O gesso atua como um retardador de pega, evitando a reação imediata da hidratação do cimento. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732.

Cimento portland comum com adição (CP I-S)

O CP I-S, tem a mesma composição do CP I (clínquer+gesso), porém com adição reduzida de material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Este tipo de cimento tem menor permeabilidade devido à adição de pozolana. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732.

Cimento portland composto com escória (CP II-E)

Os cimentos CP II são ditos compostos pois apresentam, além da sua composição básica (clínquer+gesso), a adição de outro material. O CP II-E, contém adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe confere a propriedade de baixo calor de hidratação. O CP II-E é composto de 94% à 56% de clínquer+gesso e 6% à 34% de escória, podendo ou não ter adição de material carbonático no limite máximo de 10% em massa. O CP II-E, é recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578.

Cimento portland composto com pozolana (CP II-Z)

O CP II-Z contém adição de material pozolânico que varia de 6% à 14% em massa, o que confere ao cimento menor permeabilidade, sendo ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. O cimento CP II-Z, também pode conter adição de material carbonático (fíler) no limite máximo de 10% em massa. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578.

Cimento portland composto com pozolana (CP II-F)

O CP II-E é composto de 90% à 94% de clínquer+gesso com adição de 6% a 10% de material carbonático (fíler) em massa. Este tipo de cimento é recomendado desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento porém não é indicado para aplicação em meios muito agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578.

Cimento portland de alto-forno (CP III)

O cimento portland de alto-forno contém adição de escória no teor de 35% a 70% em massa, que lhe confere propriedades como; baixo calor de hidratação, maior impermeabilidade e durabilidade, sendo recomendado tanto para obras de grande porte e agressividade (barragens, fundações de máquinas, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de estradas, pistas de aeroportos, etc) como também para aplicação geral em argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto simples, armado ou protendido, etc. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5735.

Cimento portland Pozolânico (CP IV)

O cimento portland Pozolânico contém adição de pozolana no teor que varia de 15% a 50% em massa. Este alto teor de pozolana confere ao cimento uma alta impermeabilidade e consequentemente maior durabilidade. O concreto confeccionado com o CP IV apresenta resistência mecânica à compressão superior ao concreto de cimento Portland comum à longo prazo. É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5736.

Cimento portland de alta resistência inicial (CP V-ARI)

O CP V-ARI assim como o CP-I não contém adições (porém pode conter até 5% em massa de material carbonático). O que o diferencia deste último é processo de dosagem e produção do clínquer. O CP V-ARI é produzido com um clínquer de dosagem diferenciada de calcário e argila se comparado aos demais tipos de cimento e com moagem mais fina. Esta diferença de produção confere a este tipo de cimento uma alta resistência inicial do concreto em suas primeiras idades, podendo atingir 26MPa de resistência à compressão em apenas 1 dia de idade. É recomendado o seu uso, em obras onde seja necessário a desforma rápida de peças de concreto armado. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5733.

Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)

Qualquer um dos tipos de cimento Portland anteriormente citados podem ser classificados como resistentes a sulfatos, desde se enquadrem dentro de uma das características abaixo:

  • Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;
  • Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada de alto-forno, em massa;
  • Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em massa;
  • Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.

É recomendado para meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos.


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Comentários

tipos de cimento
tipos de cimento em Moçambique

Comentado por nazira Bay Herculano em 2015-04-22 17:42:36

resistencia do cimento
posso fazer uma estrutura armada com vigas e colunas e lage com o cp 4?

Comentado por marcos em 2014-09-02 11:10:53

Dúvida.
Eu sou engenheiro civil e trabalho na Subprefeitura de São Mateus. Em nossa região, para a zeladoria da região utilizamos e compramos um tipo de cimento, o CP II (qual dos três não Sei) e gostaria de saber, por haver em nossa região, reformas de saneamento, onde tem bastante contato com esgotos ou água servida, que é danoso à argamassa e assim gostaria de saber qual é o melhor cimento : CP II - Z ou CP III ou mesmo CP IV.

Comentado por Carlos Tatsuo Hoshii em 2013-10-07 14:09:44

Erro
Lá no texto está assim"Cimento portland composto com pozolana (CP II-F) O CP II-E é composto de 90% à 94% de clínquer+gesso com adição de 6% a 10% de material carbonático (fíler) em massa..." Desculpe-me, mas vcs colocaram Cimento portland composto com pozolana (CP II-F) em negrio, depois escreveramCP II-E e ainda colocaram que ele é com filer? Vcs não cometeram algum engano?

Comentado por Mirian Vetere em 2011-10-04 16:07:21

Tabela de resistência de cimento
São muito bons os esclarecimentos sobre os tipos de cimento apresentados acima, porém se houvesse uma tabelinha resumida com os tipos de cimento, finalidade e a resistência em 24h, 3 dias, 7 dias e 28 dias, seria ainda melhor. Obrigado.

Comentado por BERNARDO CARDOZO DE SOUZA em 2011-09-20 03:39:51

Consulta de Preços
Gostaria de consultar o preço médio por estado do país!!!

Comentado por Alessandro Lucas em 2011-09-07 22:37:01

boas publicações
Prezado, me indicaram este endereço eletronico como um dos melhores, percebi a responsabilidade dessas informações, seria possível fazer quationamentos sobre assuntos publicados e a ser pesquisado por usuário ?

Comentado por Klinger batista em 2011-08-28 20:33:42

escorias
Observa-se que é fundamental sabermos o processo de produção da escória, visto que as variações na composição química resultam em variações nas propriedades do material. O grande problema da escória de aciaria está na sua expansibilidade causada pela presença de óxidos na composição química, por isto existe uma grande quantidade de tratamentos para reduzir a expansibilidade do material. Ainda não existe um tratamento padrão para o uso da escória na construção civil, mas todos os tratamentos visam a eliminação ou diminuição a taxas adequadas dos óxidos presentes na escória.

Comentado por Evaristo Matos em 2011-08-06 09:39:47

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